Brasil na idade da pedra e o mundo já se prepara para banda larga sem fio



Que tal poder salvar um vídeo do YouTube em poucos segundos? Ou baixar da internet para o seu PC ou laptop o conteúdo inteiro de um DVD (4,7 gigabytes) em apenas oito minutos? Pois é isso o que promete a próxima geração de telefonia celular (a 4G) ou, melhor dizendo, de banda larga sem fio. Então guarde bem essas três letras: LTE (evolução a longo prazo, na sigla em inglês). É nessa tecnologia - que na sua instalação mais possante pode alcançar incríveis 100 megabits por segundo - que os maiores fabricantes do mundo estão apostado para o futuro da conexão internet de alta velocidade.



No evento LTE e Mercado, que aconteceu em Brasília, na semana passada, era impressionante observar o consenso em todas as apresentações sobre a tecnologia, numa indústria que já se viu, há poucos anos, dividida entre vários e confusos padrões. Agora, não: todos estão de acordo com a União Internacional de Telecomunicações, que definiu como a LTE deve ser. A tecnologia está pronta e nada menos que 30 operadoras de telefonia internacionais estão se preparando para lançar, no primeiro ou segundo trimestre do ano que vem, suas primeiras redes de internet sem fio de quarta geração. A corrida já começou, e nela há operadoras do mundo todo: Estados Unidos, Canadá, Suécia, Alemanha, Itália, França, Irlanda, China, Coreia do Sul, Japão, Austrália, Nova Zelândia e Filipinas.

A Qualcomm e a Nokia-Siemens já anunciaram para 2010 o lançamento lá fora de aparelhos comerciais de alta velocidade sem fio (inicialmente, modems). Segundo Paulo Breviglieri, diretor-geral da Qualcomm no Brasil, ela tem até um protótipo, um modem USB que serve para testar a capacidade da tecnologia de operar junto com outras. A propósito, ela foi projetada para se combinar com tudo que já existe hoje. Trocando em miúdos, numa rede de quarta geração, se o usuário estiver em alguma área difícil com seu celular ou notebook, poderá continuar conectado com tecnologias anteriores (menos velozes, claro) sem perder o sinal.

Mas você há de se perguntar: que diabos tenho eu a ver com isso se as operadoras no Brasil mal conseguem fazer um bom trabalho na terceira geração, haja vista as frequentes queixas dos usuários quanto à qualidade do serviço delas? Sem dúvida, aqui no Brasil a máxima "botar o carro na frente dos bois" é uma constante. Mas, desta vez, o entusiasmo e o alerta dos fabricantes - em parte, o evento em Brasília visou à conscientização do governo federal, em especial a Anatel - parecem justificados.

Diante do tempo cada vez menor na adoção de novas tecnologias a cada vez que uma aparece, as empresas estão preocupadas: se o Brasil demorar demais a licitar a frequência adequada para a 4G (a de 2,5GHz) podemos perder um tempo precioso. As previsões mais otimistas no evento eram que essa licitação só ocorreria daqui a três anos. E isso atrasaria todo o resto, impedindo que os aparelhos 4G funcionem no país.

Sem entrar em tecnologês, o resumo da questão é o seguinte: como a indústria está de acordo em relação ao LTE, ele tem tudo para virar uma tecnologia de massa mundial e, assim, baratear rapidamente. Por isso seria importante o Brasil entrar logo na corrida.

- Perdemos um tempo enorme até chegar à terceira geração, e não queremos perdê-lo de novo - disse Mário Baumgarten, diretor de relações corporativas da Nokia-Siemens Networks para a América Latina.

A empresa, aliás, montou uma demonstração da tecnologia, exibindo downloads velocíssimos em dois notebooks e comparando a conexão com outras redes.

Os representantes do governo no evento se mostraram reticentes. O secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, apesar de reconhecer que o grande potencial da 4G, defendeu que o governo e as agências devem ser neutros tecnologicamente.

Para Gustavo Jaramilo, diretor de tecnologia da Nokia Brasil, o mais importante é jamais se esquecer de nós, simples usuários.

- A experiência deles tem que ser a melhor e a mais barata possível.

Fonte: André Machado - G1



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