Pirassununga inaugura a versão 2.0 neste ano. A administração municipal antecipou que em seis meses deve estar pronto o projeto Cidade Digital. O objetivo é interligar todos os setores da Prefeitura, mas o prefeito Ademir Lindo (PSDB) garante que disponibilizará internet sem fio gratuita à população. A ideia é que as escolas tenham acesso livre à rede mundial de computadores, unidades de saúde sejam interligadas e o sistema telefonia convencional seja trocado pela tecnologia de voz sobre IP (Voip).
Depois de quase um ano de estudos, foi escolhida a tecnologia mestra do projeto. Segundo o secretário municipal de Indústria e Comércio, Nilson Araújo, a cidade optou pela rede Wi-Max 4G desenvolvida pela empresa israelense Alvarion e já implantada em cerca de 90 cidades brasileiras.
“Já definimos qual tecnologia vamos utilizar, visitamos cidades que já a implantaram. É a melhor tecnologia existente para a transmissão de dados”, disse Nilson, referindo-se à tecnologia consagrada na cidade de Feira de Santana, que tem hoje a melhor cidade digital do país.
A Secretaria Municipal da Educação terá a prioridade do projeto, e escolas rurais que atualmente não têm acesso à rede mundial de computadores serão as primeiras beneficiadas. Centros de informática serão criados em escolas municipais e atuarão em conjunto com as unidades do Acessa SP.
O segundo passo é chegar à Secretaria de Saúde e interligar unidades de bairro, Santa Casa e o CEM (Centro de Especialidades Médicas). Ademir acredita que as mudanças vão tornar o atendimento médico mais seguro e rápido, além de trazer economia aos cofres da prefeitura.
“Não vai haver duplicidade de atendimentos. O cidadão deve ser atendido na comunidade dele. As pessoas receberão o cartão cidadão e terão que apresentá-lo. Também evitará a retirada dupla de medicamentos. Do ponto de vista do atendimento na Santa Casa, isso vai facilitar, pois em caso de uma emergência, por exemplo, o médico que atender o paciente terá o histórico disponibilizado”, explicou Ademir. “Com a informatização eu vou fiscalizar a presença do funcionário. Vou saber que hora o médico entrou, saiu”, alerta o prefeito.
O investimento para a implantação do projeto Cidade Digital está estimado entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, a maior parte oriunda do orçamento do município. Mas de acordo com Nilson, o projeto é autossustentável e em dois anos passará a trazer economia para a cidade, sobretudo nos gastos com telefonia e internet.
“Pelos nossos estudos, em um ano e meio, no mais tardar em dois anos, ele se paga somente com a economia das despesas de telefone do município. É um projeto viável, porque a partir do momento em que for colocado o sistema de Voip, vamos ter um custo de telefone bem mais em conta”, afirmou. Somente os gastos com telefone foram estimados pelo secretário em R$ 100 mil mensais.
No entanto, a disponibilidade do sinal de internet gratuito não deve chegar a todas as casas da cidade, mas apenas à população carente. “Inicialmente será (disponibilizado o sinal) em logradouros públicos do município, como a praça central, rodoviária, Centro Dona Belila, Cefe Médici. Posterior a isso, vamos fazer um avanço para as residências, mas para isso haverá uma lei específica, para disponibilizar uma banda restrita, porque o objetivo é atender às pessoas de baixa renda”, aponta.
A ideia do projeto partiu de uma indicação do vereador Paulo Rosa, em abril de 2009, que acreditava que a cidade digital seria criada em até quatro meses. “Dois desafios que teremos serão manter a velocidade do acesso e dar suporte aos futuros usuários”, disse na época.
Wi-Max e Wi-Fi
As redes Wi-Max funcionam de maneira semelhante à das redes Bluetooth. As transmissões de dados podem chegar a 1Gbps, a uma distância de até 50 Km de raio, com estudos científicos para se chegar a 10Gbps. A tecnologia Wi-Fi, uma das mais utilizadas atualmente, permite conexão à internet, sem fio com uma taxa de transferência de até 54 Mbps. Antenas Wi-Fi têm um raio de ação que chega, em média, a 150 metros.
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