O futuro chega primeiro no interior



Na realidade pontuada pela produção de café, soja, frango de corte e laranja, a pequena Pitangueiras, no norte paranaense, vai incluir também o computador e a internet. O projeto, liderado pessoalmente pelo prefeito Cristovon Ripol, foi inaugurado em junho e pretende levar internet gratuita para todos os cidadãos da cidade. O requisito: estar com os tributos em dia.

Emancipada do município de Rolândia em 1993, Pitangueiras, a 60 quilômetros de Londrina, tem exíguos 3 mil habitantes que vivem praticamente da atividade agrícola. "Temos a maior produtividade de café do Brasil: 34 sacas beneficiadas por hectare. O Cerrado mineiro, mesmo com irrigação, rende 28 sacas por hectare", orgulha-se o prefeito, engenheiro agrônomo, que está tentando modernizar a cidade desde que assumiu a gestão, no início de 2009.

O projeto de Cidade Digital inclui levar sinal sem fio com tecnologia WiFi, por meio de cinco torres, a todo o centro urbano e a três comunidades rurais. "Chegará a 80% de todo o território de nosso município e 90% da população", resume Ripol. Uma torre de 12 metros iluminará todo o centro; uma torre de 15 metros levará internet a três Vilas Rurais [Vila Rural é um programa do governo estadual que proporciona assentamentos a famílias rurais; atualmente são 450 Vilas Rurais no Paraná]; duas torres de 25 metros distribuem o sinal pelos bairros.

A quinta torre usa o topo da igreja para se sustentar e vai ajudar a espalhar o sinal pelo centro. "Teremos as primeiras Vilas Rurais digitais do Estado", anima-se o prefeito. "As pessoas carentes e os boias-frias terão acesso à internet gratuitamente", completa.

Para navegar na web, a pessoa terá que se cadastrar na prefeitura e ter um computador com modem ou antena de conexão sem fio. Uma lei municipal foi criada estipulando regras para uso do novo serviço. O cadastramento será feito em nome das crianças estudantes da rede pública de ensino. Assim, a internet fica caracterizada como ferramenta de estudo, mas pode ser usada por todas as pessoas da casa.

Estima-se que haverá 300 usuários cadastrados. O sistema limitará o número e/ou a velocidade dos downloads, dando preferência a quem quiser simplesmente navegar. Quem não tem laptop ou computador já com placa de acesso sem fio, terá que comprá-la, sendo este o "único custo que a pessoa terá", afirma o prefeito.

A infraestrutura está sendo operada por uma empresa, escolhida por meio de licitação. As torres foram compradas pelo município; o restante dos equipamentos é da própria empresa. "Se fôssemos comprar esses equipamentos, calculo que gastaríamos R$ 50 mil", diz Ripol, explicando a escolha de contratar pelo serviço completo.

A prefeitura gastará R$ 4.500 mensalmente para pagar a empresa e a banda de 2 Mbps de internet. Antes, contratando o serviço de internet da concessionária de telecomunicações para uso somente no prédio da prefeitura, eram gastos R$ 1.500.

Os sistemas municipais administrativos, de tributação e de contabilidade serão gerenciados de forma centralizada. A prefeitura terá condições de saber o que está sendo acessado pelos funcionários presentes no prédio. As escolas estaduais (uma) e municipais (três) serão das primeiras a receber o sinal, inclusive para uso em suas aulas de informática.

Fonte: Convergência Digital Maria Eduarda Mattar - Guia das Cidades Digitais




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